sexta-feira, 22 de abril de 2011
O Veneno - Charles Baudelaire
Sabe o vinho vestir o ambiente mais espúrio
Com seu luxo prodigioso,
E engendra mais de um pórtico miraculoso
No ouro de um vapor purpúreo,
Como um sol que se põe no ocaso nebuloso.
O ópio dilata o que contornos não tem mais,
Aprofunda o ilimitado,
Alonga o tempo, escava a volúpia e o pecado,
E de prazeres sensuais
Enche a alma para além do que conter lhe é dado.
Mas nada disso vale o veneno que escorre
De teu verde olhar perverso,
Laguna onde minha alma se mira ao inverso...
E meu sonho logo acorre
Para saciar-se nesse abismo em fel imerso.
Nada disso se iguala ao prodígio sombrio
Da tua saliva forte,
Que a alma me impele ao esquecimento num transporte,
E, carreando o desvario,
Desfalecida a arrasta até os umbrais da morte!
A Destruição - Charles Baudelaire
Sem cessar, ao meu lado, o Demônio arde em vão;
Nada em torno de mim como um ar vaporoso;
Eu degluto-o e sinto-o, a queimar-me o pulmão,
Enchendo-o de um desejo eterno e criminoso.
Toma, ao saber o meu amor à fantasia,
A forma da mulher, que eu mais espere e ame,
E tendo sempre um ar de pura hipocrisia,
Acostuma-me a boca a haurir um filtro infame.
Longe do olhar de Deus ele conduz-me assim,
Quebrado de fadiga e numa ânsia sem fim,
Às planícies do tédio, infinitas, desertas,
E atira aos olhos meus, cheios de confusão,
Ascorosos rasgões e feridas abertas,
E os aparelhos a sangrar da Destruição!
Spleen II - Charles Baudelaire
Eu tenho mais recordações do que há em mil anos.
Uma cômoda imensa atulhada de planos,
Versos, cartas de amor, romances escrituras,
Com grossos cachos de cabelo entre as faturas,
Guarda menos segredos que o meu coração.
É uma pirâmide, um fantástico porão,
E jazigo não há que mais mortos possua.
- Eu sou um cemitério odiado pela lua,
Onde, como remorsos, vermes atrevidos
Andam sempre a irritar meus mortos mais queridos.
Sou como um camarim onde há rosas fanadas,
Em meio a um turbilhão de modas já passadas,
Onde os tristes pastéis de um Boucher desbotado
Ainda aspiram o odor de um frasco destampado.
Nada iguala o arrastar-se dos trôpegos dias,
Quando, sob o rigor das brancas invernias,
O tédio, taciturno exílio da vontade,
Assume as proporções da própria eternidade.
- Doravante hás de ser, ó pobre e humano escombro!
Um granito açoitado por ondas de assombro,
A dormir nos confins de um Saara brumoso;
Uma esfinge que o mundo ignora, descuidoso,
Esquecida no mapa, e cujo áspero humor
Canta apenas os raios do sol a se pôr.
Bandas Essenciais!
Os melhores àlbuns e bandas dos anos 00's (2000-2009)pela votação de fãs e Djs feita nas comunidades do Orkut “Subcultura Gótica no Século 21” e “Góticos 90's e 00's”.
Os artistas na mesma colocação tiveram o mesmo número de votos:
1º Posição
01 - Clan of Xymox - In Love We Trust (2009), Broken Point (2006)
2º Posição
02 - Blutengel- Seelenschmerz (2001) e outros
3º Posição
03 - Cruxshadows- Echoes and Artifacts (2001) e outros
4º Posição
04 - Diva Destruction - Passion's Price (2000) e outros
05 - Diary of Dreams - Freak Perfume (2002) e outros
06 - Ghost of Lemora- Reaching for the Ground (2004)
07 - Sopor Aeternus - La Chambre D'Echo (2004) e outros
5º Posição
08 - Ashbury Heights - Three Cheers For The Newlydeads (2007)
09 - Birthday Massacre – Nothing and Nowhere (2002) e outros
10 - Cinema Strange - Cinema Strange (2000) e outros
11 - Frozen Autumn - Emotional Screening Device (2000/02)
12 - Mephisto Walz- Insidious (2004)
13 - Qntal - Tristan Und Isolde – (2003)
6º Posição
14 - Ikon- Destroying the world to save it (2005) e outros
15 - Plastique Noir- Dead Pop (2009)
16 - Trisomie 21 - Black Label (2009)
7º Posição
17 - Apoptigma Berzek- vários
18 - Depeche Mode- Playing The Angel (2005)
19 - Siouxsie - Mantaray (2008)
20- Ego Likeness- The Order of the Reptile (2006) e outros
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O Estilo Steampunk!
Para quem não conhece ou só ouviu falar, Steampunk é um gênero que abrange as mais variadas facetas, tais como literatura, cinema, música e até mesmo dança. Embora não seja uma exclusividade da subcultura gótica, atualmente nota-se o crescente laço entre as partes, tornando cada vez mais evidentes as características deste movimento.
O Steamer, entusiasta do gênero, vale-se de um estilo peculiar. O figurino é inspirado principalmente na era Vitoriana, séculos XIX e XX, com muito aparato em todos os sentidos. A vestimenta masculina é composta, no geral, de cartola, fraque sobre camisa, calças justas e botas de cano alto, por vezes um sobretudo customizado. Já as moças tendem a usar corsets de decote reto, moldando a cintura fina e quadris largos, com saias cheias e armadas.
Mas o que há de peculiaridade nisso? A cultura Steampunk se destaca pela ênfase à época do vapor. É evidente a referência à Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra e, devido este fato, é comum encontrar uma vasta gama de inventos movidos ao vapor, desde engenhocas simples até grandes máquinas aéreas.
Deste modo, também é comum encontrarmos, junto ao vestuário, inúmeros apetrechos como bússolas, binóculos, relógios de bolso, engrenagens, peças metálicas em si compondo o figurino. As principais cores presentes são o dourado envelhecido, o marrom e o preto. Embora hajam itens preestabelecidos, para se criar o visual ideal é sempre bom levar em conta a imaginação em primeiro lugar, sem espargir o foco, claro!
terça-feira, 12 de abril de 2011
Biografia - Charles Baudelaire
Charles Baudelaire
Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, no dia 9 de Abril de 1821. Numa infância e adolescência atormentada, viu-se órfão do pai aos seis anos, e passou a odiar o segundo marido de sua mãe, o general Aupick.
Um fato marcante na vida de Baudelaire, deu-se em 1857 com a publicação de As Flores do Mal (Les Fleurs du Mal). Este, que é o maior título de sua carreira, contém poesias que datam de 1841.
Esta obra rendeu-lhe um processo pelo tribunal correcional do Sena; uma multa por atentar à moral e aos bons costumes, além de ser obrigado a retirar seis poemas (poesies damnées) do volume original, sendo publicado na íntegra apenas nas edições póstumas, em 1911. Baudelaire também foi alvo da hostilidade da imprensa, que o julgava um subproduto degenerado do romantismo. Porém, sua carreira foi admirada e elogiada por Vitor Hugo e Gustave Flaubert, entre outros.
Baudelaire atuou também como tradutor de Allan Poe a partir de 1848. Entre seus ensaios, destaca-se O Princípio Poético (1876), onde as bases de sua poética foram fixadas.Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de atribulações, Baudelaire morreu em Paris, no dia 31 de Agosto de 1867 nos braços de sua mãe, acometido pela paralisia geral.
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